Louis Armstrong Park

Suspirei. - Vai para o c******. - disse-lhe cinicamente e irritada com ele.

Aquilo só me deu vontade de rir e foi exactamente isso que fiz - também não é razão para estares tão insultada.

Revirei os olhos, chateada. - Também não era razão para continuares a chamar isso. - resmunguei com ele.

- Afetas-te com pouco - repliquei. Também não dissera nada de mal. - pronto, vou chamar-te viajante. Serve melhor?

Sorri ligeiramente. - Muito melhor. - respondi-lhe. É que sem dúvida que nem se comparava uma palavra à outra, a meu ver.

- Viajante também é o que se chama a um tipo de bruxa - acabei por dizer, não escondendo o tom irónico que ela provavelmente não compreenderia.

Fiz uma careta, sem perceber o porque de ele ter dito aquilo. - E o que que tem isso? - perguntei estupidamente.

- Por nada, por nada... é apenas um facto - disse, encolhendo os ombros. Tinha piada porque eu próprio descendia desse tipo de bruxas.

Encolhi os ombros sem perceber nada do que ele estava para ali a dizer, pouco me importei e nem disse nada.

Aquela menção não tinha nexo nenhum para ela, que era uma humana sem consciência daquilo que a rodeava - Então, ainda não te perguntei porquê que escolheste New Orleans. Foi uma escolha à sorte vires para aqui?

- Basicamente. - respondi-lhe fazendo uma careta, nem havia muito a dizer, porque não tinha pensado muito sobre esse assunto.

- Então como é? Estendes um mapa e vais para o primeiro sitio que vês? - perguntei no gozo.

Neguei com a cabeça. - Se alguma coisa me chamar a atenção fico, aqui nada me chamou a atenção.. apenas precisava de mudar.

- Se ainda não viste nada que te surpreendesse aqui, não há de demorar muito até isso acontecer - disse, sabendo que havia sempre coisas fantásticos e surpreendentes a acontecer pela cidade.

Encolhi mais uma vez os ombros. - Porque dizes isso? - perguntei curiosa.

- Ah, não conheces a fama da cidade? - Perguntei divertido - Que há bruxas, magia, assim coisas inexplicáveis sempre a acontecer?

Olhei-o meia desconfiada e ainda incrédula com todo o que ele me acabava de dizer. - Cala-te.

- Pergunta a quem quiseres, até há rotas de turismo nos locais "assombrados" - gozei, mas no entanto era verdade. Essas rotas existiam e haviam sitio assombrados, apenas não se sabia que era verdade.

O tempo estava agradável, nem tão frio e nem tão quente. Após eu tomar um breve café da manhã eu saio do meu apartamento e decido passear pelo parque mais próximo. Agora que eu saí da casa da minha tia e da minha avó eu posso fazer o que eu quiser, isso me dá um sentimento agradável de liberdade. Sento-me em um banco na beirada de um lago estreito e observo a água com atenção, tentando desenvolver minha habilidade dos elementos clássicos. Não obtenho tanto sucesso ao tentar fazer a água borbulhar, mas continuo tentando, sempre observando se não há alguém por perto.

Depois de arrumar todo em casa acabei por me fartar de estar sozinha naquela casa desconhecida e fui dar um volta até ao parque que era mesmo em frente a minha casa assim quando o meu irmão voltasse eu não demoraria muito a ir para casa. 
Comecei a caminhar observando as a natureza era um parque muito bonito, alias a cidade era linda parecia-me um óptimo sitio para começar de novo.

Eu continuo a me concentrar na água cristalina do lago. As pessoas por aqui são bem higiênicas -pelo menos algumas delas-, pois eu não avistei nem um lixo se quer no chão, diferente de onde eu morava antes de vim para cá.  Ao tentar mais uma vez e não obter sucesso com a água eu desisto. Escoro-me no banco e fito as pessoas por ali, algumas caminhavam e outras faziam o mesmo que eu. Relaxavam.

Após de dar uma volta pelo parque sentei-me num banquinho a olhar o lago queria que aqui fosse todo diferente estava farta que todo me corresse mal tinha que ser feliz aqui desse por onde desse.

Meus planos estão cada dia mais perto. Agra eu posso pesquisar mais e até, talvez, viajar em busca de respostas sobre meus pais.  Olho para o lado e vejo uma garota sentada em outro banco.  Sorrio para ela e aceno. — Olá! — A cumprimento de longe, tendo assim de erguer levemente meu tom de voz.

Ouvi um olá que interrompeu o meu pensamento olhei tentando perceber de onde vinha vendo que era um rapaz fiquei surpreendida quando vi que era para mim por isso demorei um pouco a responder.
 - Olá!!  - respondi sorrindo de forma tímida.

Ainda com um sorriso estampado no rosto e me levanto do meu banco e sigo dando passos vagarosos até a garota. —Posso sentar-me ao seu lado?— Pergunto tentando não ser tão invasivo.